No meu lugar.

Deus que me perdoe, a matemática e a física também, mas estar longe ou perto, hoje em dia, é muito relativo. Desde que aprendi a amar a minha própria companhia.
Volto sempre ao lugar onde me reencontro, porque eu sei que aquele lugar é o meu lugar favorito e sempre será. Antes de conhecer aquele lugar, eu não tinha um lugar favorito, um refúgio.
Quando chego ao meu lugar favorito e me ponho em pé para ver o rio, tenho a certeza de que vejo o meu reflexo na água.
Às vezes, vejo-me tão distante de mim mesma.
Só quando nada está bem, é que eu vejo que sou tão frágil.
A cada olhar para o rio, eu queria estar mais perto.
Hoje, sozinha, vejo que nunca estive tão próxima de mim mesma.
E a cada olhar estava mais perto.
Peço desculpas a quem inventou essa definição, mas, naquele momento, eu estava completamente sem reação. O meu olhar perdeu-se nas águas, o meu olhar perdeu-se ao ponto de me levar para outro lugar.
E eu, tão pequena, não sabia mais onde estava.
Até aos dias de hoje, vou lá só para me perder.
Naquele lugar, sinto que Deus o fez quando pensou em mim pela primeira vez.