Sobre mim.
Bem, cá vou eu começar a escrever mais um texto.
Este é diferente, não é sobre um tema aleatório, ou sobre alguém em especial.
Mas sim é sobre alguém, mais do que especial.
Eu escrevo tanto e quase todos os dias, mas neste texto confesso que nem sei por onde começar.
Achei melhor começar por dizer afinal qual é o tema do texto.
Bem é um textinho sobre mim, afinal ninguém me conhece melhor do que eu mesma.
Bem, eu nasci a 11/08/1995 em Cabo Verde, isso com certeza, todos os que me conhecem sabem.
Sou filha de pais que hoje em dia já não estão juntos.
Sou a mais velha de dez irmãos e sou a única filha mulher por parte de mãe, sim porque ela tem mais dois rapazes.
Um tempo depois do meu nascimento, veio se a descobrir um problema de saúde que me acompanha até hoje, tinha cataratas congênitas.
Cresci e passei a minha infância em Cabo Verde, com os meus avós e irmãos.
Ia sempre ao médico, para saber como é que a minha visão estava.
Quando atingi a ideia de ir para a escola, fui como qualquer criança.
Em Cabo Verde, não havia assim tanto preconceito com quem tem este tipo problema de saúde, ou alguma deficiência do género, digo isto porque com oito anos mudei-me para Portugal, país onde moro até hoje.
Aqui tive basicamente de começar do zero.
Não só na escola, como também, nos tratamentos do meu problema de visão.
Com dez anos, fui para França fazer uma operação (que cá não conseguiam) porque não tinham tecnologia para tal.
Operação essa que, também não trouxe muitos resultados positivos para mim, pelo menos os que eu queria não.
Enquanto estava no ensino básico, quantas vezes tive de ouvir comentários menos positivos sobre o meu problema de visão, ou sobre a cor da minha pele, até do meu cabelo falavam.
À medida que eu ia avançando nos estudos, esse preconceito não desapareceu por completo mas foi diminuindo, com o passar do tempo.
Apesar de todos os esforços, da minha mãe e da equipa médica, que me acompanhou no passado e daquela que me acompanha atualmente.
Eu não recuperei a visão total, mas estou bem fisicamente.
Levo uma vida quase normal a 100%. Hoje aprendi a amar como sou.
Aprendi a aceitar os meus problemas de saúde e a lidar com eles da melhor forma possível.
Hoje posso dizer que me aceito e que me amo do meu jeito, assim tal como sou.
Sou feliz assim, sou feliz como sou..